Equipamento que converte esgoto em água potável e própria para consumo humano foi apresentado ontem pelo Grupo Carraro Engenharia no auditório do Simespi (Sindicato Patronal das Indústrias de Piracicaba e Região). A empresa tem a concessão exclusiva da fabricante americana Global Water Group para comercializar o equipamento no Brasil.

A tecnologia não utiliza produtos químicos e não gera lodo, diferente dos sistemas convencionais usados por empresas de saneamento nacionais. As estações de tratamento são compactas e montadas dentro de containeres. As peças são modulares e a capacidade do equipamento, que trata 1 l/s, pode ser ampliada conforme a necessidade das empresas. O evento contou com a presença de representantes do Consórcio PCJ, Águas do Mirante, e de empresários da cidade e da região. O equipamento será apresentado em São Paulo amanhã para a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). O tratamento é feito através de microfiltração da água com remoção dos parasitas, absorção e adsorção dos produtos químicos e desinfecção através de raios ultravioleta, que matam as bactérias e vírus presentes no líquido. Dessa forma, quando a água é despejada de volta nos mananciais, está livre das impurezas que contaminam a vida aquática. De acordo com o diretor do Grupo Carraro, José Carlos Carraro, a iniciativa de trazer o equipamento ao Brasil surgiu com a crise hídrica. “Queremosmostrar que existem alternativas viáveis para a crise. Precisamos repensar como estamos cuidando dos nossos recursos, que estão cada vez mais escassos, para não sofrermos ainda mais com isso no futuro”, disse. Carraro expli cou que o equipamento é utilizado pelas frentes de guerra dos Estados Unidos, e por mais de 40 países distribuídos em cinco continentes. “A eficiência do equipamento é comprovada diariamente pelo Exército mericano. Vários municípios querem recuperar a qualidade da água dos seus rios e os métodos convencionais não têm características físico-químicas para tornar a água potável”, afirmou. O presidente da Global Water Group, Alan Weiss, explicou que a tecnologia pode ser aplicada também para dessalinização da água do mar, água doce e salobra (mistura de água do mar com água doce). “A água é o segundo elemento mais importante para a sobrevivência, e reciclá-la é o melhor caminho para recuperar os rios e lagoas que abastecem os municípios”, disse.